Minhas asas nas costas eram como a porra de uma punição e eu nem acredito nessas coisas de vida passada, não passa de mentiras, tive que suportar ela a vida toda, o pior não era nem ter elas e sim as pessoas soubessem que eu tenho elas, quando no ensino médio, metade dos garotos da sala me cercou para descobrir qual é a do volume nas minhas costas, sempre fui bom de briga e principalmente de fuga, afinal a maldição tem suas vantagens de voar, consegui sobreviver a tudo isso, aos porres, as brigas de bares, brigas de torcidas, continuei sendo um inútil na vida por uns vinte e cinco anos e depois de beber um chá indígena que mostrando uma alternativa de realidade onde me vi como um advogado defendendo o livro Naked Lunch, vencemos o caso, e depois que acordei, vomitei umas cinco vezes e fui fazer uma faculdade, consegui virar advogado e já tava trabalha na Revisão city, como um "advogado" sem ser advogado, todos perguntavam do relevo enorme nas minhas costas, falava que era mal
Colocando o tênis pela manhã, sentado na cama ouvindo Almost Blue, perguntando o porquê de ainda tenho de me curvar todas manhãs e ir para escola, quando saio na rua para ir até lá encontro um amigo na rua com duas garrafas de vinho, pedi um gole, sequei metade da garrafa e subi em direção a escola. Estava atrasado, ontem trouxe uma garota aqui em casa que conheci em uma festa sábado, tinha sentado do meu lado no sofá, a observei mexendo no celular, estiquei meu braço e alcancei as bebidas que estavam cima da mesa, dei um longo gole, ela guardou o celular no bolso, me aproximei dela ficando do seu lado. Começamos a conversar, me apresentei como escritor, sei que tem muita gente se apresenta como escritor mesmo não sendo um e na minha vida além de escrever só bebia e fumava, a decadência jovem, tentava fazer alguns desenhos e ganhava dinheiro fazendo qualquer trabalho, nunca nada fixo, morava com minha mãe, bancava a comida, luz e essas coisas, então assim não morria de fome por gastar