Minhas asas nas costas eram como a porra de uma punição e eu nem acredito nessas coisas de vida passada, não passa de mentiras, tive que suportar ela a vida toda, o pior não era nem ter elas e sim as pessoas soubessem que eu tenho elas, quando no ensino médio, metade dos garotos da sala me cercou para descobrir qual é a do volume nas minhas costas, sempre fui bom de briga e principalmente de fuga, afinal a maldição tem suas vantagens de voar, consegui sobreviver a tudo isso, aos porres, as brigas de bares, brigas de torcidas, continuei sendo um inútil na vida por uns vinte e cinco anos e depois de beber um chá indígena que mostrando uma alternativa de realidade onde me vi como um advogado defendendo o livro Naked Lunch, vencemos o caso, e depois que acordei, vomitei umas cinco vezes e fui fazer uma faculdade, consegui virar advogado e já tava trabalha na Revisão city, como um "advogado" sem ser advogado, todos perguntavam do relevo enorme nas minhas costas, falava que era mal de família e corcunda, ninguém nunca duvidou, amarrava as assas uma na outra e colocava o terno, me abaixava nas manhãs para colocar o sapato e só pensava como detestava aquele lugar, apenas por Isabela, cara tensa, sempre falava que uma medica colocou um esqueleto de aço dentro do corpo dela, era fria e rígida, nunca se sabe o que a deixou-a assim, mas era grave, os colegas de trabalho davam risada, nas pausas do dia em que ficávamos fumando no estacionamento.
Sua pele de longe parecia ser macia, de perto via tudo esticado, eram horríveis, seus olhos era o próprio gelo, sentia o ar frio quando olhava nos seus olhos, seu rosto dava pra perceber que ela sentia-se superior a todos nós.
Acordando pela manhã, tomei um banho, pensei em tirar a barba mas tive preguiça e desisti, peguei a corda em cima da cômoda, virei as costas pro espelho, girei a cabeça para trás e amarrei, vesti meu terno, passei pela cozinha, comi um frango assado de uns 2 dias, sai de casa, fui até meu carro, chegando no prédio, desço do carro, dou a chave para o manobrista, quase entrando no prédio, ouço uma criança.
- Mamãe, o que aquele homem tem nas costas?
E só consegui ouvir a mãe dizendo:
-Se afasta dele pode pegar uma doença ai
Pensei em falar alguma merda, ignorei, entrei no prédio, chegando ao elevador, esperei na porta, quem estava do meu lado? Isadora, queria fugir daquele lugar. Mas tinha de esperar o elevador para o inferno ao lado do capeta, então chegou, ela entrou junto.
- Parece menos corcunda hoje - disse ela me olhando de cima a baixo
- É a medicação.
Deu um riso falso e virou o rosto. Chegou no terceiro andar, onde era minha sala, a dela era no 33 andar, onde ficavam aqueles idiotas e donos da empresa, os chupadores de saco dos chefes, também vivam por lá, era quem eu sempre tinha de manter distância.
Quando entro na minha sala, vejo um monte de papel, tinha um caso em cima da mesa, que era sobre um garoto de rua ter roubado algumas lojas e invadido o metrô e a dona tava processando alguém, o próximo era de uma hamster sequestrado, que merda de emprego fui me meter, fiquei umas 3 horas assinando papeis, quando ouço a porta bater, mando entrar.
Era um cara novo na empresa, não tinha mínima ideia quem era, de longe se via que era um covarde, é estranho afirmar assim, mas há certas coisas que só os instintos sabe.
-Tem alguém lá do trigésimo terceiro (33) andar que mandou você subir - ele disse e saiu.
Tentava imaginar quem era, não tinha mínima ideia, sai da sala, peguei o elevador. Cheguei no andar, a porta se abriu, eles sabiam que eu estava subindo, viram os números se mexer e como um porco indo para o abate fechei o olho e fui, quando a porta abriu. E para minha surpresa, os ratos estão sentados em seus computadores e não dão a minima quando o elevador se abre, as coisas nunca parecem melhorar, sou uma ratoeira andando em meio aos ratos, alguns são o queijo, nunca sou o rato ou queijo, apenas a ratoeira com queijo esperando o rato, como sempre, querendo tudo do mundo para si.
-Vietnã, a Isadora está esperando você na sala dela.
Uma das súditas da chefe colocou a mão no meu ombro, que logo me esquivei quando veio aproximando a mão, então ela só foi andando na frente e me levou até a porta da sala, parecia que eu estava no corredor da morte e a morte estava me levando para o terror, suspirei fundo, era uma sensação estranha, a cor do céu pela janelas de vidro deixa o clima mais tenso ainda, com um céu cinza e em outro lugar sem nuvens e sol, a poluição criava uma faixa rosa no horizonte, os gases químicos cada vez alterando mais a cor do céu, ainda espero o dia do céu todo verde, a ultima cor mais estranha foi um marrom/azul, o governo diz está tentando resolver isso, como sempre papo de governo. Trabalhava há quatro anos naquela merda e nunca alguém me chamou para subir pro maldito andar 33. Seguro a gelada maçaneta, abro a porta, estava de costas para mim, olhando para janela, quando abri a boca virou em minha direção e pediu para se sentar.
- Algum motivo por ter me chamado?
- Eu sei quase tudo sobre você - disse ela olhando fixamente nos meus olhos
- Que merda tá falando? - minha mente nesse momento pensou em tudo, só não conseguia pensar no que.
- Cresci junto com você, estudamos na mesma escola.
- Pelo o que eu sei você veio do Rio de janeiro e eu sou de São Paulo.
- Isso é o que eu falei,
Essa história ia ficar pior do que imaginava, Isabela estava com um vestido azul colado ao corpo, se levantou apoiando as mãos na mesa, saiu de perto da mesa e chegou perto de mim, passou a mão em meus ombros e disse:
- Tire o paletó e o terno, eu sei disso.
Minha respiração começava a ficar ofegante, sempre aprendi a esconder as asas, nunca mostrar, queria apenas correr daquele lugar, ela não poderia saber disso, não mesmo.
- Estudamos na mesma escola, sempre gostei de você, sempre era o ultimo a tomar banho na escola, depois do futebol, subia na janela e ficava te olhando tomar banho, achava que você era um anjo e ia salvar o mundo. Mas o mundo continua o mesmo, então deve ser uma nova praga que vai destruir tudo.
- E o que pretende fazer com isso? Me colocar em um time de beisebol e voar toda vez que alguém lançar a bola longe e assim vencemos todos os jogos do campeonato, me tornaria um novo pop star, cheio de grana, é uma ótima proposta, mas recuso, se quiser posso criar camisetas e canetas com fotos das minhas asas, serve? - MERDA FALEI.
- Vietnã, poderia ter falado para todas pessoas anos atrás, sempre soube e o único motivo que te chamei é que sempre quis trepar com você, terminei meu namoro ontem e agora só penso em ver suas asas se esticando enquanto me fode.
Nessa eu já tinha tirado o paletó, ela pegou a camiseta de botões e puxou, estourando eles, ainda não estava entendendo tudo aquilo. Começou a me beijar como uma desesperada, então coloquei a mão na bunda dela e apertei, podia ser muito ereta e fria, mas era gostosa, sempre a olhei com olhar de desprezo, deve ser por isso que nunca percebi. Eu sabia de uma coisa, não poderia ficar excitado com aquilo, minhas asas iam se abrir e não sei o que aconteceria dentro daquela sala.
As asas não se abriram, ainda bem. Ela começou a tirar sua roupa e tirar a minha também, não queria aquilo, só que eu não poderia simplesmente sair correndo da sala dela, muita coisa estava em jogo. Quando ela estava completamente nua e eu só com a camiseta aberta, sem calças, sem cueca, sem meias, sabia que eu estava condenado aquilo, estava sendo uma transa boa até que eu me empolguei naquilo, minhas asas se abriram rasgando a camiseta. Ela fez uma cara de surpresa e seus olhos brilharam. Comecei a transar com ela, como se fosse devorar ela, minhas asas batiam, os papeis em cima da mesa já estavam todos no chão.
- ME DEVORA, SOU TODA SUA - ela disse gemendo e olhando nos meus olhos.
Mais força e mais rápido, as asas batendo, às asas foram para frente e cobriu meu corpo e o dela, eu senti ela gemer de uma forma que não era de prazer, joguei uma das asas para trás e vi que a ponta afiada da asa perfurou as costas dela e eu a observei antes de morrer... não sabia o que fazer, foi involuntário, acabei de transar com minha chefe e em seguida mato ela, dois recordes para o mesmo dia, empurrei o corpo morto, caindo duro no chão, vesti minha calça, minhas asas que eram pretas, estava cheia de sangue e o sangue dela escorrendo. Seus olhos se tornaram negros, no chão sangue, naquela sala, clara e branca, a morte visitou aquele lugar.Coloquei a roupa toda, sai da sala e fechei a porta, apenas andei rápido, de cabeça erguida enquanto ia em direção ao elevador, os ratos me encheram de pergunta, como uma ratoeira ativei mais uma armadilha e essa consistia em não falar nada, era o melhor que podia fazer.
- Vietnã, o que ela queria?
- Porque demorou tanto?
- Foi demitido?
- Qual merda fez dessa vez?
Ouvi tudo isso e não olhei nos olhos de nenhum enquanto esperava, as asas incomodavam, amarrei de forma errada.
...O elevador chega e meu suor começa a escorrer...a temperatura do meu corpo aumenta...respiração muito mais forte...meu corpo ficando vermelho...desfrouxando a gravata...tirando os botões da manga e a câmera registrando tudo, na minha mente essas imagens na televisão no dia seguinte "Assassino celestial com asas pretas mata chefe de multinacional enquanto transava, nas câmeras de segurança registrou fugindo, na filmagem do elevador apareceu muito agitado e batendo o pé no chão enquanto chega no seu andar, a policia está em busca desse anjo matador, como a internet está chamando."
Desci até o estacionamento, peguei meu carro, fui na loja de bebidas e bebi a noite inteira e vomitei a noite inteira, pela madrugada consegui dormir. O dia do assassinato apenas remorso. Tentando encerrar o dia de forma mais rápida possível ou fugindo da lucidez.
A manhã se aproximava e acordei com uma ressaca horrível, liguei a televisão esperando passar o caso e não apareceu nada, estranhei, bebi mais um pouco como café da manhã, não tinha mais um emprego, agora restava apenas eu e a casa, começo a revirar alguns filmes antigos e encontro um de 1975 "Assassino celestial advogado assassina chefe enquanto transava, a policia e um exterminador do futuro tentam caça-lo, com inúmeras reviravoltas, o celestial tinha um desejo intenso de ficar rico, consegue algum dinheiro com assaltos e venda de LSD" e ainda alguém escreveu o final em uma folha e colocou dentro da capa, o final era apenas "Então, Vietnã, procura algum livro para ler em plena tarde, com a casa fedendo a cigarro/maconha, garrafas espalhadas, escuta uma batida na porta, ele ignora, ouve outra, ignora, ouve outra e ignora, na quarta vai até o olho mágico e tem sua mente presa dentro do olho mágico, coisa do exterminador do futuro". Li aquilo assustado, olhei minhas costas, nunca tive asas, devo ter assistido esse filme ontem e usei drogas demais e acabei entrando no papel, é mal de ator, sabe como é, ainda bem que não fui até o fim, caminho para cozinha, ouço batidas na porta e fujo de casa pela janela com medo da ideia de ter a mente presa ao olho mágico da porta.
Sua pele de longe parecia ser macia, de perto via tudo esticado, eram horríveis, seus olhos era o próprio gelo, sentia o ar frio quando olhava nos seus olhos, seu rosto dava pra perceber que ela sentia-se superior a todos nós.
Acordando pela manhã, tomei um banho, pensei em tirar a barba mas tive preguiça e desisti, peguei a corda em cima da cômoda, virei as costas pro espelho, girei a cabeça para trás e amarrei, vesti meu terno, passei pela cozinha, comi um frango assado de uns 2 dias, sai de casa, fui até meu carro, chegando no prédio, desço do carro, dou a chave para o manobrista, quase entrando no prédio, ouço uma criança.
- Mamãe, o que aquele homem tem nas costas?
E só consegui ouvir a mãe dizendo:
-Se afasta dele pode pegar uma doença ai
Pensei em falar alguma merda, ignorei, entrei no prédio, chegando ao elevador, esperei na porta, quem estava do meu lado? Isadora, queria fugir daquele lugar. Mas tinha de esperar o elevador para o inferno ao lado do capeta, então chegou, ela entrou junto.
- Parece menos corcunda hoje - disse ela me olhando de cima a baixo
- É a medicação.
Deu um riso falso e virou o rosto. Chegou no terceiro andar, onde era minha sala, a dela era no 33 andar, onde ficavam aqueles idiotas e donos da empresa, os chupadores de saco dos chefes, também vivam por lá, era quem eu sempre tinha de manter distância.
Quando entro na minha sala, vejo um monte de papel, tinha um caso em cima da mesa, que era sobre um garoto de rua ter roubado algumas lojas e invadido o metrô e a dona tava processando alguém, o próximo era de uma hamster sequestrado, que merda de emprego fui me meter, fiquei umas 3 horas assinando papeis, quando ouço a porta bater, mando entrar.
Era um cara novo na empresa, não tinha mínima ideia quem era, de longe se via que era um covarde, é estranho afirmar assim, mas há certas coisas que só os instintos sabe.
-Tem alguém lá do trigésimo terceiro (33) andar que mandou você subir - ele disse e saiu.
Tentava imaginar quem era, não tinha mínima ideia, sai da sala, peguei o elevador. Cheguei no andar, a porta se abriu, eles sabiam que eu estava subindo, viram os números se mexer e como um porco indo para o abate fechei o olho e fui, quando a porta abriu. E para minha surpresa, os ratos estão sentados em seus computadores e não dão a minima quando o elevador se abre, as coisas nunca parecem melhorar, sou uma ratoeira andando em meio aos ratos, alguns são o queijo, nunca sou o rato ou queijo, apenas a ratoeira com queijo esperando o rato, como sempre, querendo tudo do mundo para si.
-Vietnã, a Isadora está esperando você na sala dela.
Uma das súditas da chefe colocou a mão no meu ombro, que logo me esquivei quando veio aproximando a mão, então ela só foi andando na frente e me levou até a porta da sala, parecia que eu estava no corredor da morte e a morte estava me levando para o terror, suspirei fundo, era uma sensação estranha, a cor do céu pela janelas de vidro deixa o clima mais tenso ainda, com um céu cinza e em outro lugar sem nuvens e sol, a poluição criava uma faixa rosa no horizonte, os gases químicos cada vez alterando mais a cor do céu, ainda espero o dia do céu todo verde, a ultima cor mais estranha foi um marrom/azul, o governo diz está tentando resolver isso, como sempre papo de governo. Trabalhava há quatro anos naquela merda e nunca alguém me chamou para subir pro maldito andar 33. Seguro a gelada maçaneta, abro a porta, estava de costas para mim, olhando para janela, quando abri a boca virou em minha direção e pediu para se sentar.
- Algum motivo por ter me chamado?
- Eu sei quase tudo sobre você - disse ela olhando fixamente nos meus olhos
- Que merda tá falando? - minha mente nesse momento pensou em tudo, só não conseguia pensar no que.
- Cresci junto com você, estudamos na mesma escola.
- Pelo o que eu sei você veio do Rio de janeiro e eu sou de São Paulo.
- Isso é o que eu falei,
Essa história ia ficar pior do que imaginava, Isabela estava com um vestido azul colado ao corpo, se levantou apoiando as mãos na mesa, saiu de perto da mesa e chegou perto de mim, passou a mão em meus ombros e disse:
- Tire o paletó e o terno, eu sei disso.
Minha respiração começava a ficar ofegante, sempre aprendi a esconder as asas, nunca mostrar, queria apenas correr daquele lugar, ela não poderia saber disso, não mesmo.
- Estudamos na mesma escola, sempre gostei de você, sempre era o ultimo a tomar banho na escola, depois do futebol, subia na janela e ficava te olhando tomar banho, achava que você era um anjo e ia salvar o mundo. Mas o mundo continua o mesmo, então deve ser uma nova praga que vai destruir tudo.
- E o que pretende fazer com isso? Me colocar em um time de beisebol e voar toda vez que alguém lançar a bola longe e assim vencemos todos os jogos do campeonato, me tornaria um novo pop star, cheio de grana, é uma ótima proposta, mas recuso, se quiser posso criar camisetas e canetas com fotos das minhas asas, serve? - MERDA FALEI.
- Vietnã, poderia ter falado para todas pessoas anos atrás, sempre soube e o único motivo que te chamei é que sempre quis trepar com você, terminei meu namoro ontem e agora só penso em ver suas asas se esticando enquanto me fode.
Nessa eu já tinha tirado o paletó, ela pegou a camiseta de botões e puxou, estourando eles, ainda não estava entendendo tudo aquilo. Começou a me beijar como uma desesperada, então coloquei a mão na bunda dela e apertei, podia ser muito ereta e fria, mas era gostosa, sempre a olhei com olhar de desprezo, deve ser por isso que nunca percebi. Eu sabia de uma coisa, não poderia ficar excitado com aquilo, minhas asas iam se abrir e não sei o que aconteceria dentro daquela sala.
As asas não se abriram, ainda bem. Ela começou a tirar sua roupa e tirar a minha também, não queria aquilo, só que eu não poderia simplesmente sair correndo da sala dela, muita coisa estava em jogo. Quando ela estava completamente nua e eu só com a camiseta aberta, sem calças, sem cueca, sem meias, sabia que eu estava condenado aquilo, estava sendo uma transa boa até que eu me empolguei naquilo, minhas asas se abriram rasgando a camiseta. Ela fez uma cara de surpresa e seus olhos brilharam. Comecei a transar com ela, como se fosse devorar ela, minhas asas batiam, os papeis em cima da mesa já estavam todos no chão.
- ME DEVORA, SOU TODA SUA - ela disse gemendo e olhando nos meus olhos.
Mais força e mais rápido, as asas batendo, às asas foram para frente e cobriu meu corpo e o dela, eu senti ela gemer de uma forma que não era de prazer, joguei uma das asas para trás e vi que a ponta afiada da asa perfurou as costas dela e eu a observei antes de morrer... não sabia o que fazer, foi involuntário, acabei de transar com minha chefe e em seguida mato ela, dois recordes para o mesmo dia, empurrei o corpo morto, caindo duro no chão, vesti minha calça, minhas asas que eram pretas, estava cheia de sangue e o sangue dela escorrendo. Seus olhos se tornaram negros, no chão sangue, naquela sala, clara e branca, a morte visitou aquele lugar.Coloquei a roupa toda, sai da sala e fechei a porta, apenas andei rápido, de cabeça erguida enquanto ia em direção ao elevador, os ratos me encheram de pergunta, como uma ratoeira ativei mais uma armadilha e essa consistia em não falar nada, era o melhor que podia fazer.
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- Porque demorou tanto?
- Foi demitido?
- Qual merda fez dessa vez?
Ouvi tudo isso e não olhei nos olhos de nenhum enquanto esperava, as asas incomodavam, amarrei de forma errada.
...O elevador chega e meu suor começa a escorrer...a temperatura do meu corpo aumenta...respiração muito mais forte...meu corpo ficando vermelho...desfrouxando a gravata...tirando os botões da manga e a câmera registrando tudo, na minha mente essas imagens na televisão no dia seguinte "Assassino celestial com asas pretas mata chefe de multinacional enquanto transava, nas câmeras de segurança registrou fugindo, na filmagem do elevador apareceu muito agitado e batendo o pé no chão enquanto chega no seu andar, a policia está em busca desse anjo matador, como a internet está chamando."
Desci até o estacionamento, peguei meu carro, fui na loja de bebidas e bebi a noite inteira e vomitei a noite inteira, pela madrugada consegui dormir. O dia do assassinato apenas remorso. Tentando encerrar o dia de forma mais rápida possível ou fugindo da lucidez.
A manhã se aproximava e acordei com uma ressaca horrível, liguei a televisão esperando passar o caso e não apareceu nada, estranhei, bebi mais um pouco como café da manhã, não tinha mais um emprego, agora restava apenas eu e a casa, começo a revirar alguns filmes antigos e encontro um de 1975 "Assassino celestial advogado assassina chefe enquanto transava, a policia e um exterminador do futuro tentam caça-lo, com inúmeras reviravoltas, o celestial tinha um desejo intenso de ficar rico, consegue algum dinheiro com assaltos e venda de LSD" e ainda alguém escreveu o final em uma folha e colocou dentro da capa, o final era apenas "Então, Vietnã, procura algum livro para ler em plena tarde, com a casa fedendo a cigarro/maconha, garrafas espalhadas, escuta uma batida na porta, ele ignora, ouve outra, ignora, ouve outra e ignora, na quarta vai até o olho mágico e tem sua mente presa dentro do olho mágico, coisa do exterminador do futuro". Li aquilo assustado, olhei minhas costas, nunca tive asas, devo ter assistido esse filme ontem e usei drogas demais e acabei entrando no papel, é mal de ator, sabe como é, ainda bem que não fui até o fim, caminho para cozinha, ouço batidas na porta e fujo de casa pela janela com medo da ideia de ter a mente presa ao olho mágico da porta.
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